A atleta de tiro esportivo diz que começou a treinar por acaso, aos 25 anos, e que, na época, não imaginava que chegaria a competições
Ana Luiza deve ter mesmo uma estrela brilhando por ela. Contrariando as histórias dos grandes esportistas do mundo, ela começou a treinar tarde, aos 25 anos e, por acaso. Ana, que é major e professora de biologia no Colégio Militar no Rio de Janeiro, foi atirar para aprender técnica de defesa, curso obrigatório nas Forças Armadas, mas diz que as aulas nunca despertaram nenhuma paixão pelo esporte. Foi em 1997, quando se casou com o atleta de tiro, também do Exército e campeão das provas de pistola, Volney Meloque, que se interessou definitivamente pelo esporte. “Ele viajava para competir e eu o acompanhava. Eu tinha equipamento e professor”, diz. “Eu nunca ia imaginar que ainda ia competir na modalidade. A ‘nerd’ da família”, brinca.
Com as aulas do ex-marido, Ana Luiza começou a se destacar e a participar de campeonatos dentro do Exército e, em 2000, participou de seu primeiro campeonato internacional. Competiu no Pan de Santo Domingo em 2003 e também no do Rio de Janeiro em 2007. Participou de Mundiais Militares e viajou o mundo competindo. Em 2011, o Rio também sediou os Jogos Mundiais Militares, no qual ela participou. No Campeonato Brasileiro de Tiro conquistou o ouro e também bateu o recorde brasileiro. Mas foi em 2010, quando campeã no Campeonato das Américas que garantiu sua vaga para a Olimpíada de 2012 em Londres. Ana não só conquistou o ouro, mas também bateu recorde.
Mas nem tudo é festa. Ana fala das dificuldades de um esporte muitas vezes discriminado. “A gente luta por patrocínio e os empresários não têm muito interesse, porque muita gente considera o esporte violento”, diz. “Fico feliz em poder contribuir para que se abram mais portas para o esporte.”
Ana treina cerca de 6 horas por dia e desde 2009 o exército a afastou para que pudesse se dedicar ao esporte. A partir de agora, ela vai se empenhar na preparação para a Olimpíada e diz que vai participar de todos os campeonatos internacionais que acontecerem até lá. “A gente luta todo o tempo contra a emoção e uma competição vale por dez treinos”, afirma a campeã. “Espero que minha medalha incentive minhas colegas atiradoras e que elas engrossem nossa confederação.”
COMENTÁRIO: Ana Luiza foi digna de receber tal vitória, uma vez que era vista como a "Nerd" da família.
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