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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Atletas do tiro esportivo relembram técnico morto antes do Pan

EMANUEL COLOMBARI
EMILY CANTO NUNES
Direto de Guadalajara (México) Fonte: TERRA

O técnico alemão Gerd Stamm morreu no fim de agosto e deixou a equipe brasileira de tiro esportivo "órfã" para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Na competição, os atletas de pistola rápida (25 m) foram treinados por Ricardo Benck, chefe da equipe. Mesmo assim, não tiraram da lembrança os ensinamentos de Gerd, vítima de uma infecção renal.

"Foi uma perda muito grande, o Gerd era um grande amigo. Ele está fazendo muita falta para a gente aqui. Estamos praticamente sozinhos, contamos com a ajuda do diretor técnico Ricardo Brenck, mas o Gerd realmente foi um amigo que nos ajudou na parte técnica. Foi um grande técnico e está fazendo falta", afirma Iosef Forma, que diz ter treinado só uma vez com o alemão.

"Ele treinava a gente há três anos, três anos e meio. Foi difícil, porque na verdade o ambiente de treino era o ambiente em que a gente convivia com ele. Então, onde a gente teria que ter mais concentração, era um ambiente que lembrava, lembra ainda muito ele. Várias coisas, detalhes, objetos, foi difícil. Ele morreu no fim de agosto e para retomar o treino com concentração demorou um pouquinho", concorda Emerson Duarte, quarto colocado na final da prova.

Stamm tinha 67 anos e morava na cidade de Campo Grande (RJ) com a mulher. O casal tinha apenas um filho, que vive na Alemanha e veio ao Brasil para a cremação do pai. O técnico não pôde ver os resultados de seus pupilos em Guadalajara, mas deixou algumas lembranças positivas - entre elas, o abafador que usam sobre os ouvidos, decorados com bandeiras brasileiras.

"Isso aqui foi ideia do Gerd. Esse meu não foi feito junto aos dos outros atletas, mas a ideia realmente partiu do Gerd. Eu me lembro que, quando vi esses abafadores personalizados, vi com a equipe treinada pelo Gerd. Então devemos a ele essa ideia", afirmou Forma, cheio de elogios à personalidade do alemão. "O Gerd era rígido, mas nem por isso deixava de ser amigo. Ele sabia a hora de cobrar e sabia também a hora de descontrair."

As lembranças ficaram também para Emerson Duarte, que admite agora ter menos dificuldades para enfrentar a dor quando está atirando.

"Os primeiros 15 dias foram difíceis. A primeira semana nem treinei, a segunda fui retomando. E a gente vai se acostumando também. Como são lembranças boas, ele acaba também ficando na nossa memória, nos momentos difíceis, nas orientações que ele me dava durante a prova, nos treinos. Sempre que eu lembro dele, lembro das observações que ele fazia, das atitudes positivas", diz.

Realmente é fato muito triste, uma vez que Stamm treinava os atletas à 3 anos, e não estava tão velho assim.

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